Alguns pacientes, com a evolução do tratamento, fazem a seguinte colocação:
“Nossa! Antes eu não era assim. Estou me sentindo um pouco egoísta ultimamente.”
Eles falam que antes se colocavam sempre à disposição dos outros, fazendo coisas que muitas vezes não eram de sua vontade, principalmente para membros da família, esposos e esposas ou namorados e namoradas, também para com os amigos, e que agora começam a fazer coisas para o seu próprio prazer e satisfação. Começam a expor suas idéias e desejos, e que junto com esse novo jeito de ser vem esse sentimento estranho de que podem estar fazendo algo errado.
Eu chamo esse “egoísmo” de Auto Estima. Ela é sentida como algo realmente estranho, pois essas pessoas levaram uma vida inteira de submissão, medo e culpa, a partir de padrões e imposições, que tiveram sua origem, muitas vezes, na infância.
É lógico que se impor causa conflitos, mas lidar com conflitos, tendo consigo uma Auto Estima preservada, é muito melhor. Permite também reconhecer o que há de bom no outro, sendo essa “nova consciência” livre de medos, como por exemplo, o medo de ser ou não aceito, “o medo do que o outro acha de mim”.
Essa é, na verdade, uma grande conquista e um dos objetivos do trabalho da psicoterapia. Sentindo-nos melhor conosco podemos lidar de um jeito mais simples e efetivo com nossos problemas, tanto afetivos, quanto profissionais, conseguimos ter relações mais profundas e sinceras com as pessoas que são importantes pra gente.

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